TRÊS DESTAQUES DE UMA VIAGEM DESACELERADA PELA ANDALUZIA

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1. SEGUINDO OS RASTROS DE PICASSO EM MÁLAGA

Uma vez em Málaga, não é difícil descobrir que um dos pintores e escultores mais famosos do mundo vem de lá. Os comércios e as barraquinhas espalhadas pela cidade ostentam souvenires temáticos e coloridos! Conhecemos a casa onde Picasso nasceu, a igreja onde foi batizado e o Museu Picasso Málaga, um palácio restaurado do século 16, onde mais de 200 trabalhos de sua autoria estão expostos. Lá, o trabalho que mais nos marcou foi o quadro dedicado à sua ex-mulher Olga Koklova, uma bailarina russa. Nos chamou atenção pelos traços clássicos e realistas, características pouco comuns em Picasso. Disse o guia que a pintura havia sido uma tentativa de mostrar para os seus pais, que ele ia se casar com uma “típica mulher espanhola”, tão controverso quando curioso – quem foi Picasso, afinal? Tivemos a chance de investigar mais sobre suas raízes, relações familiares e influências na casa onde ele nasceu, que hoje é um museu. Inclusive descobrimos que seu pai, José Ruiz y Blasco, era um pintor pouco reconhecido, que teve um papel fundamental nas aventuras artísticas do Picasso ainda criança.

Museu Picasso Málaga
Museu Picasso Málaga

2. CONHECENDO O RARO ATUM BLUEFIN EM CÁDIZ

Depois de visitar de barco a rota do atum perto da praia de Barbate, paramos em um restaurantezinho despretensioso que proporcionou uma festa ao paladar! Comemos o peixe com formatos e técnicas variadas: fresco, curado, grelhado, como tartar, hambúrguer, escabeche… A pesca do atún rojo ou bluefin na região de Cádiz é um verdadeiro acontecimento. A tradição sustentável da almadraba remonta aos fenícios e garante peixes de 200kg, além de permitir que os atuns menores sigam sua rota migratória pelo estreito de Gibraltar até o Mediterrâneo, onde desovam. O peixe é especial, principalmente porque acumula uma camada de gordura junto da carne, o que rende textura e sabor.

Parede da casa andaluza com metade pintada de granada e a outra metade caiada Esta parede pertence ao telhado de uma casa em Zahara de los Atunes no sul da Espanha.
Parede de uma casa em Zahara de los Atunes, Cádiz

3. VIVENDO O FLAMENCO EM SEVILHA

No fim da noite, não importasse o bairro que caíamos, encontrávamos um tablado de flamenco ou assistíamos às apresentações nas peñas regionais (sociedades socioculturais-recreativas). Não era turístico, mas sim autêntico, de um modo que nos comovia. Chegamos a reconhecer uma ou outra música dos lendários Paco de Lúcia e Camarón de la Isla. O resto era novidade, quem sabe até improviso. Perguntávamos sobre as origens daquela arte e as respostas eram vagas, mas sempre incluía a ideia de que era algo totalmente sevilhano porque vinha da mistura das culturas dos diversos povos que viviam marginalizados na Península Ibérica do século 15, como os ciganos, muçulmanos e judeus, todos perseguidos pela inquisição espanhola. A verdade absoluta não sabemos, mas é inegável a intensidade de suas músicas, o sincretismo de vozes, o ritmo arrebatador, a fúria dos gestos, a sedução dos movimentos viscerais…

“A poesia flamenca canta tudo o que acontece ao ser humano, com suas debilidades, suas carências e suas grandezas, mas em algumas ocasiões mantém um diálogo com outros elementos da natureza, como o vento, a lua, as pedras e os pássaros.” Francisco Gutiérrez Carbajo, especialista em literatura espanhola.

Para entrar no clima /gitano/ do Flamenco dê o play!

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