É por seus impactantes cenários de savana que o Parque Grande Sertão Veredas nos lembra o Serengeti. A grande diferença? Ele fica entre o norte de Minas Gerais e a Bahia, no nosso Brasil.
O parque que homenageia Guimarães Rosa celebra a vida sertaneja e também a biodiversidade local. Nos limites do parque há comunidades cheias de saberes, onde o que conta mesmo é reconhecer de longe os vegetais: barbatimão, imbaúba, jatobá, taquari e, claro, a palmeira buriti, que coroa as veredas.
As veredas são oásis em meio à aridez do Cerrado, onde quase magicamente brota água do solo, água essa que forma pequenas lagoas improváveis, que sofre transformações, que viaja longe até desaguar no Velho Chico. Como diz o protagonista Riobaldo no livro que empresta nome ao parque, “o correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.
Há coragem mais linda do que essa? A de desbravar esse nosso Brasil, o nosso Sertão? Além das veredas, a região contempla trilhas, travessias pelos rios, uma infinidade de bichos: só de mamíferos são registrados mais de 50 tipos, sendo nove ameaçados de extinção como o cervo-do-pantanal, o lobo-guará e o tamanduá-bandeira. Os pássaros contam quase 250 espécies, entre elas muitas raras e endêmicas. Não há nada que nos emocione mais do que ouvir o bater de asas de uma arara-canindé enquanto se assiste o reino das veredas nos relembrar a todo instante que, “Sertão: é dentro da gente.”