GASTRONOMIA PELO MUNDO: Entrevista com o chef Xavier Francis

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Não é surpresa que, para muitos, a comida é um dos maiores atrativos de uma viagem. Os sabores são capazes de provocar afetos, transpor barreiras, estimular novas perspectivas, nos levar a um verdadeiro mergulho cultural.

Hotéis especiais espalhados pelo mundo se dedicam a criar essas conexões a partir do alimento. Na série “Gastronomia pelo Mundo”, apresentamos os chefs-pensadores de alguns desses hotéis, com contextos, histórias e causas tão importantes.

 GASTRONOMIA DO MUNDO: Entrevista com o chef Xavier Francis

PERFIL DO CHEF

Nascido em Durban, na costa leste da África do Sul, Xavier Francis se formou no Centro de Artes Culinárias Christina Martin em 2006. Antes de ingressar no Singita em 2020, foi chef de outros hotéis incríveis pelo país, incluindo outros dois lodges de safári.

O Singita Sabi Sand, onde trabalha desde 2020, fica em uma reserva de propriedade privada adjacente ao Kruger Park, um dos parques nacionais mais amados para se fazer safári. Juntas, as áreas compõem algumas das mais intocadas da África do Sul. A filosofia dos hotéis Singita é a de preservar e proteger a biodiversidade para as próximas gerações.

A filosofia de seu restaurante está alinhada com essa proposta. Para Francis, a prioridade é a sustentabilidade. Ele gosta de criar menus com receitas sul-africanas que levam ingredientes locais e menos convencionais, como cortes de carne extremamente saborosos e muitas vezes descartados.

 GASTRONOMIA DO MUNDO: Entrevista com o chef Xavier Francis

 

Quando perguntado sobre o motivo de ter escolhido trabalhar para o Singita, o chef respondeu: “Por causa da sobrepesca, nunca cheguei a provar o peixe favorito de cozinhar da minha avó. Isso me fez perceber que, como chefs, nós somos responsáveis pelos itens que escolhemos cozinhar. Devemos buscar ingredientes de forma ética e estar atentos ao quanto usamos e desperdiçamos. Eu quero que meus filhos possam um dia desfrutar a mesma comida e vida selvagem que tive o privilégio de experimentar.”

Aliás, a família é algo que Francis tem sempre em primeiro plano. E não é à toa: sua paixão por comida começou quando ele era muito jovem, por influência da avó, segundo ele a “cozinheira mais talentosa que já conheceu”, e de seu tio, que o ensinou a preparar perna de cordeiro quando ele tinha apenas 11 anos. Até hoje ele é inspirado pela família.

Francis também destaca o carinho que sente pelas escolas de culinária da comunidade criadas pelo Singita na África do Sul, Ruanda e Tanzânia. O curso profissionalizante oferecido por elas tem o intuito de fazer uma diferença significativa na vida de moradores talentosos das comunidades locais, empoderando-os e também proporcionando a eles boas oportunidades profissionais.

O chef celebra a liberdade que tem para criar e se expressar através da comida, além de honrar os colegas com quem tem o privilégio de trabalhar todo dia!

 

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