Larissa Santos (Paulikevis) é nossa coordenadora de Produtos. Grande viajante, coleciona em seu passaporte mais de trinta carimbos. Já foi para os países mais diversos, mas a Rússia logo entrou para a lista dos favoritos. De sobrenome eslavo, Larissa gosta de pensar que seus antepassados tiveram suas histórias de vida tecidas em território russo. Os registros são vagos, não se sabe muito além de que a família veio da Ucrânia e Galícia Ocidental, que incluía pedaços da Hungria, Polônia e o que é hoje a Rússia. Ainda assim, Lari se sente totalmente atravessada por essa cultura e seu território.
Na entrevista, ela diz ter se surpreendido com Moscou, conta sobre ser muito bem recebida pelos locais e anseia por sua próxima viagem ao país.
O que te fez querer ir para a Rússia e gostar tanto do país?
Eu sempre gostei muito de História, principalmente as da realeza. Desde que me conheço por gente, sou apaixonada por palácios, castelos e tudo relacionado ao tema. Quando tinha uns 13 anos, meus pais fizeram um cruzeiro pelo Mar Báltico que parou em St. Petersburgo. Ao voltarem para o Brasil, me mostraram fotos e falaram uma frase que me marcou: “Os palácios da Rússia colocam todos os outros no chinelo”. Pronto, bastou para criar em mim uma necessidade quase que urgente de visitar o país! A partir daí, comecei a ler sobre, mergulhei na história da Catarina, a Grande, dos Romanov e assim por diante, sem falar que reconheci na cultura e gastronomia russa, parte das coisas que cresci vendo (e comendo) com a família da minha avó paterna.
Diante disso, o que você mais gostou de conhecer quando esteve no país?
Difícil escolher uma coisa só, mas acho que o Hermitage foi um dos pontos altos da viagem. O curioso é que eu não digo isso pensando tanto nas inimagináveis obras de arte que estão lá dentro, mas sim do palácio em si. Quase não consegui me atentar aos “mil quadros” de Picasso, Da Vinci, etc, que lá estão expostos, tamanha foi minha admiração com o prédio, que um dia foi a residência de inverno dos Czares. Outro lugar que valeu muito a pena foi o museu Fabergé, localizado em um palacete e que abriga os ovos mais incríveis da joalheria, presentes de Páscoa trocados pela realeza russa desde que o Czar Alexandre III encomendou o primeiro para sua esposa Maria Feodorovna.
O que superou suas expectativas?
Moscou! Com certeza entrou para o ranking das minhas cidades favoritas no mundo! A capital é viva, animada, e ao mesmo tempo tem um ar melancólico. Parte dela parece congelada no tempo, com aqueles imensos prédios soviéticos – alguns dos quais hoje abrigam hotéis e lojas de marcas conhecidas -, e parte parece que avançou anos luz em pouco tempo. Fiquei encantada com a Catedral de São Basílio, a Praça Vermelha e os museus do Kremlin, principalmente o Diamond Fund, que guarda as joias dos Czares. Além disso, os restaurantes são maravilhosos e as são pessoas bem mais receptivas e animadas do que eu esperava!
Algum fato histórico específico te marcou e te fez querer saber mais? Quais tipos de fontes você utiliza para ir além do que os guias contam?
Desde que lançou o desenho animado sobre a história e suposta sobrevivência de Anastásia Romanov, nasceu em mim uma curiosidade imensa sobre o assunto. Já mais velha, assisti documentários como Empire of the Tsars e devorei todos os livros do historiador Robert K. Massie, que escreveu a biografia de Pedro, o Grande; Catarina, a Grande; Nicolau e Alexandra; e Os Romanov.
Você acha que as pessoas desenham uma imagem distorcida do país e carregam algumas ideias pré-estabelecidas que fogem da realidade?
Não sei se desenham uma imagem distorcida sobre o país, mas com certeza não dão o valor que ele merece. Poucas vezes vi pessoas interessadas em uma viagem para a Rússia fora da época da Copa do Mundo, e eu fico me perguntando o porquê. É um país lindo, cheio de história, com hotéis incríveis e mais barato se comparado com destinos mais populares na Europa.
Quais foram os maiores aprendizados no caminho?
Acho que entender um pouco mais a fundo sobre a cultura e o povo. Conhecer um lugar novo sempre possibilita isso. Ah! E também que falar inglês nem sempre adianta, mas que com um sorriso no rosto e muita mímica dá pra se virar quase em qualquer lugar do mundo!
Conte uma história marcante de sua jornada.
Acho que foi a minha primeira noite em Moscou. Eu esperava encontrar pessoas frias e fechadas, mas logo que cheguei esse conceito foi quebrado. Eu e minha amiga fomos em um bar/restaurante assim que chegamos, e, uns 5 minutos depois, chegaram duas bebidas. Um pouco surpresa, falei para o garçom que ainda não havíamos pedido nada, mas ele apontou para uma mesa com dois casais de senhores e disse: Eles que mandaram para vocês e disseram que são muito bem-vindas ao país deles! Erguemos as taças em sinal de agradecimento e eles sorriram alegremente nos desejando saúde!
Quando voltar ao país vai revisitar os pontos turísticos básicos ou tentar explorar outros lugares? Tem alguma dica para lançar um novo olhar sobre o que já foi visto?
Um pouco dos dois. Tem alguns lugares que senti que precisaria de mais tempo para explorar, que foi o caso do Hermitage e de Pushkin. Em Moscou eu gostaria de visitar o bunker e alguns museus que acabou não dando tempo. Uma coisa que gostaria de fazer também é pegar algum trecho pequeno da Transiberiana e visitar cidades diferentes. A dica para lançar um novo olhar sobre o que já foi visto é visita-lo com outras pessoas. Cada um vê as coisas de um jeito, e é sempre interessante essa troca de experiências.
Você tem alguma próxima viagem à Rússia em mente? O que pretende (re)conhecer?
Tenho sim! Volto para St. Petersburgo em maio 2022 (era pra ter sido em 2020, depois 2021…). Infelizmente dessa vez não vai dar tempo de ir para Moscou e visitar outras cidades que eu gostaria, mas vou aproveitar para ir na Fortaleza de São Pedro e São Paulo e revisitar a Catedral do Sangue Derramado, que estava em reforma quando fui.
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