No sudoeste asiático, nos arredores da metrópole de Kuala Lumpur, mais especificamente há 13 km de distância, na Malásia, está um dos conjuntos de cavernas mais fantásticos e famosos do mundo, conhecido como Batu Caves.
A enorme formação calcária, de cerca de 400 milhões de anos, abriga três cavernas principais, e o seu nome tem origem no rio Batu, que corre pelo distrito de Gombak.
Essa curiosa formação geológica é rica em calcário e todo o local é considerado sagrado para os hindus, sendo palco de celebrações religiosas há centenas de anos. Porém, mais do que construções religiosas, os meios naturais é que fazem com que um local seja considerado divino. É o caso dessas construções históricas.
Além das três cavernas principais que formam esse complexo natural, existem muitas outras de tamanho menor espalhadas pela região. Atualmente, esse é um ponto turístico bem conhecida da Ásia, atraindo pessoas do mundo todo.
Para se ter ideia do quanto o local é preservado, ainda há tribos indígenas vivendo nos arredores. O acesso até as cavernas exige esforço: são 272 degraus íngremes para a subida. Mas a recompensa é das melhores, incluindo um visual fascinante de seu topo.
Culto ao Deus Murugan
A religião hindu foi levada para essa região pelos indianos durante a colonização britânica, fazendo com que muitos deles se mudassem para lá. No complexo natural de Batu Caves, os hindus encontraram o lugar perfeito para cultuar Murugan, o Deus da guerra e da vitória.
Foi construído então um imponente monumento dourado de 40 metros de altura, dedicado a esta divindade.
Todos os anos, o Festival Thaipusam é celebrado nas cavernas, reunindo mais de 800 mil pessoas nos arredores, entre devotos e curiosos, que chegam para assistir as atrações. Os participantes do festival são, principalmente, pessoas pertencentes às comunidades hindus da Malásia e de outros países do sudeste asiático.
O evento, que pode durar até três dias e é a etapa final de um mês inteiro de preparação espiritual, é famoso por chocar visitantes estrangeiros menos acostumados com o ritual.
Durante o festival, os devotos utilizam os kavadis, um tipo de fardo, que são carregados escada acima, e, provando sua devoção, as pessoas os prendem em seus corpos com ganchos perfurados na pele, língua e bochechas, na busca pela graça de Murugan através do sacrifício.
Ao contrário do que pode parecer, a celebração do Thaipusam é alegre e embalada por cantorias e batuques. Uma cerimônia forte, mas muito emocionante que vale a pena ser acompanhada também por não-hindús.
A Catedral de pedra
Ao entrar na principal caverna do complexo, conhecida como Caverna Catedral, é onde está situada a estátua dourada imponente de mais de 40 metros do deus hindu Murugan, deus da guerra e vitória – que também atrai inúmeros fiéis anualmente.
Essa caverna tem mais de 100 metros de altura e uma entrada aberta acima, que parece receber luz divina, além de esculturas entalhadas. As duas cavernas menores abrigam mais algumas estátuas sagradas, além de pinturas e outras obras.
Sem dúvidas, a Caverna Catedral é o ponto mais conhecido do complexo geológico. O “teto” está a 100 metros do chão e as esculturas no interior chamam atenção pelos detalhes minuciosos e pelo tempo em que estão por lá.
A existência destas cavernas era praticamente desconhecida até que, a partir de 1860, colonos chineses começaram a escavar o guano das aves e morcegos encontrado em abundância no local para usar como fertilizante para suas plantações.
À medida que foram escavando o local, o magnífico complexo foi tomando forma e o acesso às cavernas foi sendo estabelecido.
No entanto, o complexo de Batu Cave só se tornou conhecido do público após serem registradas pelas autoridades coloniais britânicas em 1878.