No final de agosto de 2023, o renomado portal ARTNews fez uma lista com as 100 maiores obras de arte dos últimos tempos que tem como tema um ponto em comum: a maravilhosa cidade de Nova York. Como somos apaixonados pela Big Apple, selecionamos o Top #10 dessa lista para vocês.
#1 – Andy Warhol and John Palmer, Empire, 1965
Não dá pra pensar em Nova York e não lembrar do Empire State Building, né? O grande edifício atraiu muitos artistas ao longo de sua história, mas o primeiro lugar desse ranking fica com Andy Warhol e John Palmer, que fizeram um filme de oito horas, filmando do 44º andar do Edifício Time-Life, com Jonas Mekas atuando como seu diretor de fotografia. Com tomadas estáticas e prolongadas, pouca coisa acontece, o dia dá lugar à noite, luzes se apagam e acendem, não há trilha sonora, apenas uma homenagem crua a esse marco da cidade.
#2 – Faith Ringgold, Woman on a Bridge #1 of 5: Tar Beach, 1988
Uma das obras da artista feita com colchas de retalho em homenagem à cidade conta uma história. Ao sobrevoar o Harlem, Cassie Louise Lightfoot afirma: “Sempre me lembrarei de quando as estrelas caíram ao meu redor e me ergueram acima da ponte George Washington.” Em Faith Ringgold não há meias palavras para expressar como é a vida da mulher negra no Harlem, com as mulheres negras ocupando o lugar que sempre deveriam ter ocupado: o centro da narrativa.
#3 – Mierle Laderman Ukeles, Touch Sanitation Performance, 1979–80
Entre 24 de julho de 1979 e 26 de junho de 1980, a artista Mierle Laderman Ukeles abordou os trabalhadores do Departamento de Saneamento da cidade de Nova York e
apertou individualmente a mão de cada pessoa disposta a participar. Ao fazer isso, ela disse: “Obrigada por manter a cidade de Nova York viva!” Depois de cerca de 11 meses,
ela havia recrutado 8.500 pessoas para seu projeto, destacando a vasta rede de pessoas que ajudam a fazer a cidade funcionar. No dia a dia esses profissionais são praticamente esquecidos, invisíveis, como se a cidade limpasse a si mesma num passe de mágica. Dar visibilidade a esses trabalhadores é uma forma de reconhecimento e também de engrandecimento dessa atividade essencial para o bem estar das pessoas e do coletivo.
#4 – Gordon Matta-Clark, Day’s End, 1975
Pode ser considerado um dos melhores exemplos de arte pública não autorizada em Nova York. Para construí-lo, o artista trabalhou sem autorização, empunhando um maçarico nas paredes de um prédio do West Village, anteriormente usado pela Baltimore and Ohio Railroad Company. Ele cortou uma abertura em uma parede, permitindo que a luz entrasse no espaço fechado e outra no chão, o que proporcionava uma vista do rio abaixo. Ao omitir partes da arquitetura deste edifício, Matta-Clark mudou a estrutura do que podia ser visto, brincando com a visão. Os resultados foram fotografados por Alvin Baltrop.
#5 – Lorraine O’Grady, Art Is…, 1983
Mais uma performance no ranking! A artista levou a arte para fora dos limites dos museus e para as ruas do Harlem, tendo montado um carro alegórico no desfile do Dia Afro-Americano que funcionou como uma espécie de obra em si. Ela trouxe consigo ajudantes que carregavam molduras vazias que seguravam para os participantes do desfile, alguns dos quais posaram para fotos com elas. A ação foi uma forma de aproximar as pessoas do bairro da arte, um trabalho habitado pela experiência coletiva.
#6 – Hans Haacke, Shapolsky et al. Manhattan Real Estate Holdings, a Real-Time Social System, as of May 1, 1971, 1971
Na linha tênue entre o jornalismo e a produção artística, a obra de Hans Haacke examina os negócios dos Shapolskys, uma família de proprietários de terras de Nova York, e desmascara suas práticas de exploração no Lower East Side e no Harlem, dois bairros que historicamente abrigaram comunidades minoritárias e pessoas economicamente desfavorecidas. Baseando-se quase exclusivamente no que estava nos registos públicos, a obra é considerada definidora do movimento de arte conceitual pela forma como via a cidade como um sistema de circuito fechado, que beneficia alguns poucos e prejudica muitos mais.
#7 – Felix Gonzalez-Torres, “Untitled”, 1989
Pela primeira vez, um outdoor do artista aparecia na Sheridan Square, em Greenwich Village, em frente a rua Stonewall In, marcando o 20º aniversário da rebelião de Stonewall, onde, em 1969, a polícia invadiu um bar frequentado pela comunidade LGBTQIAPN+ incitando tumultos e um movimento de liberação. No outdoor, um catálogo incompleto de outros eventos importantes para essas pessoas mistura-se à paisagem da cidade, relembrando conquistas que não podem ser esquecidas.
#8 – Steve McQueen, Static, 2009
Outro ícone da cidade que nunca fica de fora do nosso imaginário quando pensamos em Nova York: a Estátua da Liberdade. Apesar de se chamar “Estático”, a câmera gira em torno da estátua o tempo todo durante os sete minutos de duração do filme. No entanto, há uma outra camada importante nessa obra. Produzida em 2009, ano em que o monumento foi reaberto ao público após estar fechado por 8 anos por conta dos atentados do 11 de setembro, sente-se uma sensação de vigilância constante e medo generalizado, o que reflete um pouco o clima da cidade nesse período.
#9 – Elsa von Freytag-Loringhoven, Enduring Ornament, 1913
Contemporânea ao artista Marcel Duchamp, a artista estava a caminho de se casar com seu terceiro marido, o Barão Leopold von Freytag-Loringhoven, quando se deparou com um laço de metal enferrujado. Elsa achou um tanto especial e significativo e coletou o objeto, oferecendo-o como algo que poderia selar a união deles. A obra foi realizada quatro anos antes do mictório de Duchamp, o que demonstra que já estavam ocorrendo ações para o que depois chamou-se Movimento Dadaísta. Das ruas da cidade para o Museu, o que pode ser mais simbólico?
#10- Agnes Denes, Wheatfield—A Confrontation, 1982
A artista cultivou trigo em um aterro sanitário de Battery Park para essa obra, o que acabou criando um forte contraste com a vizinhança e a cidade ao redor. Durante quatro meses, uma área de dois acres de terra abrigou um campo de trigo funcional e o trigo foi colhido e levado para 28 cidades, um exemplo de obr aque une arte, conceito e meio ambiente. Também há uma camada que paira sobre o trabalho, que é a questão da propriedade da terra, de modo que a Circa Art informou que o terreno que Denes escolheu agora vale bem mais de US$ 13 bilhões.
Outras obras do ranking incluem artistas como Martin Wong, Nan Goldin, Edward Hopper, Martha Rosler, Piet Mondrian, Simone Leigh e muitos outros.
Para acessar a lista completa, clique aqui: https://www.artnews.com/list/art-news/artists/best-new-york-city-artworks-nyc-1234674469/alvin-baltrop-the-piers-exterior-with-2-figures-n-d/
Você já conhecia essas obras de arte? Qual é a sua preferida?